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Os olhos de Emília arregalaram-se. Sim, e a outra? Quem sabe se a outra havia caído em cima do Visconde? Essa idéia atravessou a cabeça de Emília como um relâmpago, e lá saiu ela voando rumo à jaqueira, com o sacizete atrás. A segunda jaca estava no mesmo lugar em que havia caído vários dias antes. A força dos dois juntos não deu para revirá-la, mas Emília descobriu a pouca distância a cartolinha do Visconde, de baixo de uma folha caída.

— Pronto! — gritou ela. — Está achado o Viscondinho. Quando as duas jacas caíram, uma se abateu sobre mim, e a outra sobre ele. Mas como fiquei com as pernas de fora, todos me viram e correram a me salvar. Já o Visconde ficou totalmente soterrado ou "enjacado", só com a cartolinha de fora, mas com aquela folha tapando.

Emília bateu palmas, gritou, fez tal berreiro que instantes após o pessoal inteiro do sítio estava reunido lá.

— Achamos o Visconde! — dizia ela. — Está enjacado por esta jaca podre — e batia com o pezinho na jaca. — Eu e o saci não conseguimos revirá-la, e chamei vocês para nos ajudarem.

Pedrinho veio com o enxadão e num momento revirou a enorme fruta, patenteando aos olhos de todos um quadro horrível. Lá estava o Visconde de Sabugosa achatado no chão, de braços e pernas abertos, sem cartola, morto, mortíssimo. Tia Nastácia ergueu-o e tentou botá-lo em pé. O Visconde desabou. Estava absolutamente morto. Narizinho fez a prova do espelho diante de sua boca, e o espelhinho não ficou embaçado. Já não respirava o grande, o querido, o inesquecível sabu-