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Aliás os da sua geração incorriam menos nesse defeito que os posteriores.

A sua obra capital em prosa é a História da Conjuração Mineira, nada obstante a opinião que dela possa fazer o nosso sentimentalismo político, uma das boas monografias da nossa literatura histórica. E mais bem ordenada e composta do que é comum em livros tais aqui escritos. Além disso, o que também não é aqui vulgar, uma obra original, feita principalmente com pesquisas próprias e de estudo pessoal.

VI. Macedo

Joaquim Manuel de Macedo nasceu em Itaboraí, na província do Rio de Janeiro, em 24 de junho de 1820, e morreu na cidade do Rio de Janeiro em 11 de abril de 1882. Foi historiador, poeta, romancista, corógrafo, dramaturgo e comedista, além de jornalista político e literário. Nem pelo vigor do pensamento, nem por qualidades de expressão literária, se abaliza como escritor. É como criador, com Magalhães e Teixeira e Sousa, e mais eficaz do que estes, do romance brasileiro, como um dos principais fomentadores do nosso teatro, e porventura o seu melhor engenho, como autor de um poema romântico, no gênero um dos melhores produtos literários dessa época, e enfim pela influência que, principalmente como romancista, exerceu, que Macedo é um dos tipos mais vivos da nossa literatura. Foi um dos escritores mais fecundos que temos tido, talvez o mais fecundo. Deixou mais de vinte romances, quase outras tantas peças de teatro, poesia e aquele poema romântico em seis cantos, livros de história e corografia do Brasil, quatro grossos volumes de biografia, obras didáticas, discursos acadêmicos e políticos, além de estudos históricos, e folhetins e artigos diversos de sua colaboração em jornais e revistas. Afora os romances, o teatro e aquele poema, o resto é de somenos valor. Macedo fazia história como fazia romance, descuidadamente, ao correr da pena,