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Página:Historia e tradições da provincia de Minas-Geraes (1911).djvu/121

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de teu pai, por cujas cinzas juraste, eu te desobrigo desse juramento.

– Pelo amor de Deus, minha mãe, não me obrigue a lhe desobedecer pela primeira vez em minha vida.

– Valha-te Deus, filho!... pois bem? já que assim te emperras no teu juramento, faze o que entenderes. Mas tudo isto é culpa tua, por não teres me dado ouvidos; não te enfa­des, se te falo assim. Se me ouvisses e não ficasses embas­bacado diante daquela enfatuada Lucinda, não andarias agora enredado em tantos desgostos. O teu exemplo deve servir de lição mestra para os rapazolas, que entendem que a primeira mocetona bonita que lhes enche os olhos, deve ser por força sua mulher.

– Ora, minha mãe, quem não cai nessas?...

– Isso é verdade; são todos assim, e é malhar em ferro frio. Mas agora se queres um conselho, vai-te embora, meu filho. É tempo de feira; pega no dinheiro que tens, e se não tens eu te darei, e vai para Sorocaba. Vai negociar, vai girar, vai correr mundo para te distrair. Vai divertir-te, demora-te por lá o tempo que quiseres, e volta, não macambúzio e triste como agora, mas alegre, fresco e bem-disposto, como foi anti­gamente o meu Eduardo.

– Isso pretendo eu fazer, minha mãe, e desde já vou dispor os preparativos da viagem.