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Página:Historia e tradições da provincia de Minas-Geraes (1911).djvu/197

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– Baguari! – exclamou a mãe assustada por sua filha, que cada vez mais se chegava a ela; – a menina ainda é muito nova... olha agora é que os peitos lhe vêm apontando. Para que apanhar a flor que ainda não abriu, colher os favos do jataí que ainda não tem mel?.. Deixa passar mais algumas luas; quando o ipê der flores outra vez, Jupira te abra­çará.

– Não fale assim, minha mãe! – murmurou a menina ao ouvido de sua mãe. – Assim pudesse o ipê nunca mais dar flores!

Baguari afastou-se silencioso, e chegando ao meio do areal da praia, bateu palmas e soltou um assovio estridente como o da anta. A horda que se achava dispersa pela mar­gem, reunia-se em torno dele. Baguari mostrou-lhes o peixe, e os selvagens soltando alaridos de alegria, em um instante o fizeram em postas levando cada um o seu pedaço para se banquetearem aquela tarde.

Jupira disse a sua mãe:

– Não viu aquele peixe tão grande, que Baguari matou?

– Pois não vi, minha filha?.. foi para ti que ele o pescou.

– Não quero do seu peixe, nem de nada que passar por suas mãos. Tenho mais medo dele do que daquele jaú, se o encontrasse no fundo da água.