gostas do tiú, que é o que tua mãe tem para te dar, e fui ao fundo do rio buscar esse peixe para ti; custou-me bem a arrancá-lo da água. Fala, menina, qual desses teus fracos companheiros é capaz de lutar no fundo da água com um peixe destes?...
Jupira contemplou o peixe por alguns instantes com admiração, depois olhou para o índio, fez-lhe um ligeiro gesto de agradecimento, e continuou no seu serviço. O índio deitou-se de ventre sobre a areia a alguns passos de distância e fitava os olhos ardentes sobre a gentil menina. Parecia truculenta jibóia procurando fascinar com os olhos a tímida pomba, que pretende devorar.
– Então ingrata columi, – disse o índio abanando a cabeça, – de todo não queres saber do infeliz Baguari?...
Por única resposta Jupira levantou-se, e levando o seu trabalho foi sentar-se por detrás de sua mãe, como para esconder-se do índio e furtar-se a seus olhares devoradores.
Baguari pôs-se em pé de um salto, arrancou do íntimo peito um gemido rouco, antes um rugido e disse:
– Jupira, olha que o canguçu quando vê a veadinha tenra pelos bosques, nunca mais lhe perde o rasto, e não descansa enquanto não lhe lança as garras. E eu sou o canguçu e tenho fome de ti!