Página:Historia e tradições da provincia de Minas-Geraes (1911).djvu/243

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sua prima. Carlito ficou assus­tado à vista dos lampejos torvos e sinistros, que viu luzirem nos olhos de Jupira num dia em que a foi visitar em sua casa; pareciam relâmpagos, que se desprendiam do seio de uma nuvem negra e tempestuosa. A cada momento cuidava ver luzir-lhe na mão o terrível punhal que lhe havia mostrado à beira do Rio Verde.

– Que tens, Carlito, que estás assim com os olhos espan­tados? – disse a cabocla com um sorriso de mofa e de des­dém. – Ainda estás com medo de mim?...

– Eu com medo de ti ?!... mas parece que estás zan­gada comigo...

– Se estou!... Carlito!... não zombes comigo assim, que me matas... ou eu te mato...

– Mas o que isso então?... que mal te fiz eu, Jupira?...

– Olhem o inocente!... o que é que vais fazer tantas vezes em casa da Genoveva?...

– Ah!... é só isso?... costumo ir lá sempre, isso não é de agora.

– Mentira!... nunca te vi lá ir.

– Eu mentir?!... para quê, Jupira!... disse Carlito em tom de desdém.

– Para quê?!... então, se gostasse de Rosália, não me enganavas?...