– Ora deixa-te dessas idéias, menina; – disse Carlito em tom de gracejo querendo meter à bulha o negócio para disfarçar a perturbação e embaraço, em que se achava. A Rosália é uma boa menina, com quem estou acostumado a brincar desde criança, e a mãe dela me quer muito bem. Vou lá patuscar com elas e tomar café com biscoitos, que a tia Genoveva faz muito bem-feitos.
– Café com biscoitos! e por que não o vens tomar aqui, como costumavas?...
– Ora! – replicou o rapaz esforçando-se ainda por gracejar. Os biscoitos da Rosália... digo da tia Genoveva, são tão doces...
– Carlito! – bradou a rapariga levantando-se de um salto do tamborete, em que estava sentada, e com os olhos faiscantes. – Carlito, tu zombas de mim?
O rapaz recuou aterrado; mas depois sentiu que era vergonha ter medo de uma mulher.
– Que tens hoje que estás tão bravinha, caboclinha do meu coração?... disse ele procurando ainda zombetear.
Jupira, enfurecida como a boicininga que foi pisada, agarra-lhe num braço, morde-o e enterra-lhe os agudos dentes com toda a força até esguichar sangue. Carlito deu um grito horrível, e saiu correndo pela porta afora.