— Mandou dizer a papai que tinha um trabalho urgente.
— Quem sabe se algum namoro também? insinuou Justina.
— Não é capaz! acudiu Rosina.
— Bravo! que confiança!
— Que amor!
— Que certeza!
— Que defensora!
— Não é capaz, repetiu a moça: o Ernesto não é capaz de namorar a outra; estou certa disso... O Ernesto é um...
Engoliu o resto.
— Um quê? perguntou Amélia.
— Um quê? perguntou Justina.
Neste momento tocou-se uma valsa, e o rapaz do nariz comprido, a quem o subdelegado deixara para ir conversar com Vieira, aproximou-se do sofá e pediu a Rosina a honra de lhe dar aquela valsa. A moça abaixou os olhos com singular modéstia, murmurou algumas palavras que ninguém ouviu, levantou-se e foi valsar. Justina e Amélia chegaram-se então uma para a outra e comentaram o procedimento de Rosina e a sua maneira de valsar sem graça. Mas como ambas eram amigas de Rosina, não foram estas censuras feitas em tom ofensivo, mas com brandura, como os amigos devem censurar os amigos ausentes.
E não tinham muita razão as duas amigas. Rosina