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Página:Historias da meia noite.djvu/142

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das Marrecas, a conclusão é que fomos enganados...

— Vilmente enganados, emendou Ernesto.

— Pela minha parte, tornou o primeiro, recebo com isto um grande golpe porque eu amava-a muito, e pretendia fazê-la minha esposa, o que sucederia breve. A minha boa fortuna fez com que o senhor me avisasse a tempo...

— Talvez me censurem o passo que dei; mas o resultado que vamos colher justifica tudo. Nem por isso creio que padeço menos... eu amava loucamente aquela moça!

Ernesto proferiu estas palavras tão de dentro, que elas repercutiram na coração do rival, e ambos ficaram algum tempo calados, a devorar consigo a dor e a humilhação. Ernesto rompeu o silêncio soltando um magoadíssimo suspiro, na ocasião em que entravam no Passeio. Só o guarda pôde ouvi-lo; o rapaz de nariz comprido ia revolvendo no espírito uma dúvida.

“Devo eu condenar tão ligeiramente aquela moça? perguntou ele a si mesmo; e não será este sujeito um pretendente vencido que, por semelhante meio quer obter a minha neutralidade?”

O rosto de Ernesto não parecia dar razão à conjetura do rival; todavia, como o lance era grave e cumpria não ir por aparências, o rapaz de nariz comprido abriu de novo o capítulo das revelações, no que foi acompanhado pelo rival. Todas elas iam concordando entre si; os incidentes e os gestos que um relembrava, tinham eco