Saltar para o conteúdo

Página:Historias de Reis e Principes.djvu/130

Wikisource, a biblioteca livre
MÃE E FILHOS
123

igreja foram brutalmente despojados; diz-se que até o sino, apesar do campanario ser alto, desapparecêra!

A rainha D. Luiza de Gusmão, afastada duramente da côrte pelos conselheiros de seu filho D. Affonso VI, acabou por decidir-se a entrar n'aquelle convento, mas nada ha alli que denuncie grandeza de aposentos reaes. Pareceu-nos que esses aposentos seriam uns que ficam voltados ao Tejo—por serem um pouco melhores do que os outros—constando de uma sala com chaminé e uma pequena cella, contigua á sala, da qual recebe luz por uma janella interior.

D. Luiza de Gusmão vivêra pois modestamente entre as Agostinhas Descalças.

Poucos conventos, porém, teriam uma claustra mais vasta do que o do Grillo; todo o pavimento terreo, que é enorme, serve hoje de deposito de artilheria, está cheio de peças de campanha.

Algumas freiras, como as inscripçoes tumulares indicam, jazem sob as carretas.

Havia no Grillo só um côro, pequeno e modesto.

Mas, em compensação, a igreja, comquanto não seja grande, é boa, coberta de azulejos de valor e de quadros, hoje completamente estragados pela humidade. A teia do cruzeiro é magnifica, de ébano e mosaico florentino, com as armas de Portugal e da casa de Medina-Sidonia.

Era dentro da teia que estava o caixão da rainha, coberto com um rico panno, deteriorado pelo tempo, e