Vel-os-has, disse, á franceza,
Depois d'isso á castelhana,
Ámanhã á sevilhana,
Hoje andam á bolonhesa,
E já nunca á portugueza.
O capote preto e o lenço branco eram, de feito, um trajo nacional, mas não privativo das mulheres do povo. N'isto se enganou o archiduque. Tambem o usavam as fidalgas. Em Lisboa já não ha d'isso senão pelo carnaval. Mas nas provincias do norte ainda existe o capote. No sul, tenho-o visto muitas vezes em Setubal, sem exclusão das senhoras: capotes de panno finissimo e brilhante.
Os homens tambem uzavam capote antes da invasão da capa hespanhola e da capa á Santo Antonio; mas era ordinariamente de côr e com mangas. Chamavam-se estes capotes josésinhos.
Camillo Castello Branco diz na Engeitada: «Era de mulher o outro vulto encapotado n'um josésinho de mangas, como então se dizia d'uns capotes que tiveram em Portugal reinado longo.» E Nicolau Tolentino:
Se a pé, dando o josésinho,
Escoltou Alcino ledo
A Marcia todo o caminho,
Foi porque elle tinha medo
Que lhe cahisse o burrinho.
Isto, leitor, não póde ir de uma assentada. Se-