por dois cavallos, muito usada então em Lisboa. Ainda cá temos pouco mais ou menos o sech, mas hoje serve principalmente para conduzir os mortos ao cemiterio. É um dos espectaculos mais tristemente irrisorios de Lisboa.
Passa depois a occupar-se dos trajos nacionaes.
«O mundo elegante veste-se á franceza. As mulheres do povo usam lenço branco na cabeça e grandes capotes muito pezados: é uma precaução contra os inconvenientes do clima, porque, em pleno estio abrasador, um frio glacial cae sobre a cidade, e a corrente de ar do Tejo sopra frequentemente asperrima através das ruas.»
Tem razão quanto ao estrangeirismo dos trajos no mundo elegante. Dão-lh'a os proprios poetas portuguezes.
Rodrigues Lobo disse:
Por isso qualquer profano
Nos toma para entremez,
Porque fazemos cada anno
Te no trage portuguez
Mais mudanças que um cigano.
Não tomamos isto em grosso;
Vestimos por tantos modos
Cada hora, que dizer posso,
Que não temos trage nosso,
Porque o tomamos de todos.
E Simão Machado: