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HISTORIAS DE REIS E PRINCIPES

Essas relações amorosas, segundo Audebrand, chegaram até ao ponto de a imperatriz partir precipitadamente para a Escocia com a duqueza de Hamilton, tendo voltado a Paris só depois da promessa formal do imperador de que romperia com a sua amante.

De passagem, um traço da vida conjugal da condessa de Castiglione. O marido não pudera nunca reconcilial-a com a sogra, a marqueza de Castiglione. Um dia em que ambos sahiram de trem, o conde dera secretamente ordem ao cocheiro para conduzil-os a casa da marqueza. A condessa percebeu a intenção reservada do marido e, descalçando furtivamente os sapatos, no momento de passarem uma das pontes do Sena, atirou-os ao charco.

E, voltando-se para o marido:

—Quero crêr que me não forçarás agora a fazer visitas descalça!

Mas, sempre que os nervos da mulher estavam tranquillos, a imperatriz reapparecia com todos os seus instinctos de interesse dynastico, porque a imperatriz adorava o filho.

Era ella que recolhia e colleccionava cuidadosamente, todos os dias, os papeis politicos do imperador.

—Eu sou, dizia a imperatriz referindo-se á correspondencia das Tulherias, como um rato que apanha as migalhas do imperador.

Toda a correspondencia pôde ser salva, e a imperatriz tem-n'a conservado religiosamente.