Na volta a Bangkok, achou grandes festas esplendidas. Trezentos barcos, forrados de seda escarlate e azul, foram recebel-o. Cada um d'estes tinha na prôa um cysne ou um dragão de ouro, e era tripolado pela mais fina gente da cidade; musicas e acclamações atroaram os ares. De noite, acabadas as festas, sussurrou-lhe ao ouvido a bella concubina:
--Meu joven guerreiro, paga-me as saudades que curti na ausencia; dize-me que a melhor das festas é a tua meiga Kinnara.
Kalaphangko respondeu com um beijo.
--Os teus beiços têm o frio da morte ou do desdem, suspirou ella.
Era verdade, o rei estava distrahido e preoccupado; meditava uma tragedia. Ia-se approximando o termo do prazo em que deviam destrocar os corpos, e elle cuidava em illudir a clausula, matando a linda siameza. Hesitava por não saber se padeceria com a morte d'ella visto que o corpo era seu, ou mesmo se teria de succumbir tambem. Era esta a duvida de Kalaphangko; mas a idéa da morte sombreava-lhe a fronte, emquanto elle afagava ao peito um frasquinho com veneno, imitado dos Borgias.
De repente, pensou na douta academia; podia consultal-a, não claramente, mas por hypothese. Mandou