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SOLEDADE


O’ doce morenita
De olhar magoado e triste,
Onde a Saudade existe
E o Desconsolo habita...

Faz pena ver-te assim
A’ hora do sol posto,
Annuviado o rosto,
O’ meigo seraphim!

As vezes penso e scismo
No que te faz soffrer.
E sinto que o meu ser
Quer desvendar um abysmo.

Porque soluça tanto
Um coração de pomba,
Se a noite amena tomba
Cheia de paz e encanto?