Página:Innocencia (1872).djvu/126

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e, corando ligeiramente, teve como que um delíquio de fraqueza.

Aproximara-se logo Cirino com vivacidade.

—A dona, disse ele para Pereira, está tão fraca que mete dó.

Chegou-se o pai juntamente com Meyer e, tomando as mãos da filha, perguntou-lhe com voz meiga e inquieta:

—Sente-se pior, meu benzinho?

—Nhor-não, respondeu ela.

—Pois então!... t: preciso não entregar o corpo à moleza... Abra os olhos... Olhe... esta aqui este homem (e apontou para Meyer) que é alamão e trouxe uma carta do tio de mecê, o Chico, lá da Mata do Rio. Quero mostrar que, para mim, vale tanto como se fosse esse próprio parente a nós chegado. Por isso é que venho apresentá-lo...

Ela nada articulou.

—Vamos, diga... Tenho muito gosto em lhe conhecer... diga.

Com vagar e acanhamento, repetiu Inocência estas palavras, ao passo que Meyer lhe estendia a mão direita, larga como uma barbatana de cetáceo, e franca como o seu coração.

—Gosto, muito gosto tenho eu, disse ele com três ou quatro sonoros arrancos de garganta. Só o que sinto é vê-la doente... Mas o doutor não nos deixará ficar mal; não é, Sr. Cirino?...

E apoiou esta pergunta com um hem? que ecoou por toda a sala.

—A senhora, respondeu o interpelado, precisaria tomar por alguns dias um pouco de bom vinho do Porto, em que se pusesse