Saltar para o conteúdo

Página:Innocencia (1872).djvu/127

Wikisource, a biblioteca livre

casca de quina do campo... Mas, onde achar agora vinho? Só na Vila de Sant'Ana ...

—Vinho? perguntou Meyer.

—Sim.

—Vinho do Porto?

—Melhor ainda.

—Pois tudo se arranja, na minha canastra tenho uma garrafa do mais superfino e com a maior satisfação a ofereço à filha do meu pom amigo o Sr. Pereira.

—Oh! Sr. Meyer, agradeceu este com efusão, não sabe quanto lhe f ico ...

—Qual! não tem obrigação, não, senhor. Além do mais, sua filha é muito bonita, muito bonita, e parece boa deveras... Há de ter umas cores tão lindas, que eu daria tudo para vê-la com saúde...Que moça! ... Muito bela!

Estas palavras que o inocente saxônio pronunciara ex abundantia cordis produziram extraordinário abalo nas pessoas que as ouviram.

Tornou-se Pereira pálido, franzindo os sobrolhos e olhando de esguelha para quem tão imprudentemente elogiava assim, cara a cara, a beleza de sua filha; Inocência enrubesceu que nem uma romã; Cirino sentiu um movimento impetuoso, misturado de estranheza e desespero, e, lá da sua pele de tamanduá-bandeira, ergueu-se meio apavorado o anão.

Nem reparou Meyer e com a habitual ingenuidade prosseguiu:

—Aqui, no sertão do Brasil, há o mau costume de esconder as mulheres. Viajante não sabe de todo se são