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Página:Innocencia (1872).djvu/137

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campeiras... Não terá este vinho algum feitiço?

Contestou o outro com energia tal possibilidade.

—Eu sei lá, insistiu Pereira. Estes namoradores são capazes de muita coisa... Nunca ouviu contar histórias de pirlas e beberagens.. hem? diga-me, nunca?

—Sossegue, Sr. Pereira, acudiu Cirino, hei de examinar o liquido... tenho certeza de que não haverá novidade.

—Muito que bem .. Então, ao meio-dia em ponto... chame a Maria Conga ou o Tico. Nocência há de arrastar-se até cá... e o doutor lhe dará a dose...

—Ela sair já? objetou Cirino com admiração. Não, senhor; em tal não consinto... Irei dar-lhe o remédio... Não me custa nada...

Pereira ficara meio perplexo.

—Não sei...

E com súbita resolução:

—Pois bem, virei da roga até cá... Se eu não aparecer, então o Sr. dê um pulo e faça-lhe tomar a poção... Quanto a este alamão melado, levo-o para longe e não o trago senão bem tarde e tão moído do passeio que só há de pensar em dormir.

Com Pereira se dava um fato natural e comezinho nas singularidades do mundo moral.

À medida que as suspeitas sobre as intenções do inocente Meyer iam tomando vulto exagerado,