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Página:Innocencia (1872).djvu/146

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que, todos revoltos, lhe haviam invadido o colo e se esparziam sobre o rosto.

—Quanto cabelo! exclamou Cirino meio risonho.

Com muita atenção seguira Tico as peripécias de toda aquela cena. Ao ver Inocência perder quase os sentidos, soltou um grito surdo de desespero; depois, foi seguindo-a até a cadeira e, ajoelhado diante dela, contemplou-a com inquietação.

Cirino quis aproveitar a ocasião para um. congraçamento.

—Então está com cuidado, Sr. Tico?... Não é nada... sua ama fica boa logo... Não é o que você quer?

Ao ouvir esta interpelação, levantou-se o anão e correspondeu ao simpático anúncio do moço com um olhar de desprezo e pouco caso, como que a dizer:

—Não se meta comigo, que não quero graças com você, médico de arribação!

—Agora, disse Cirino voltando-se para Inocência, vai mecê beber dois goles deste vinho .. Vera logo, que sustância há de sentir dentro do corpo.

Desarrolhou então, com a ponta da comprida faca que tirou do cinto, a garrafa de vinho oferecida por Meyer, e num caneco de lousa branca apresentou à moça um pouco do ruborante líquido.

Molhou a doentinha os lábios e gratificou o obsequioso mancebo com um sorriso encantador.

Decididamente lhe agradava aquele medico: curava do seu corpo enfermo e entendia-lhe com a