Página:Innocencia (1872).djvu/152

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—Oh! não é nada, respondeu fleumaticamente o alemão.

—E a sua roupa vem suja de barro... toda rota...

Desatou Pereira a rir.

—Isto são histórias deste homem... Bem lhe dizia eu que mais dia menos dia isso havia de acontecer. Meu amigo não sabe do ditado: ...Fia-te na Virgem e não corras, veras o tombo que levas!... Também foi um dia em que me ri a mais não poder. Tomei um fartão... Imagine vosmecê que o tal sr. Meyer, como já lhe contei, anda pulando dentro da mata como se fosse veado mateiro... O José Pinho, que é mitrado, vai sempre pela estrada limpa...

—Preguiçoso, atalhou Meyer a modo de observação.

—Juízo tem ele, prosseguiu o mineiro: mas, como ia dizendo cá, o sr. com seus arrancos e saltos parece anta disparada. Em aparecendo bichinho voador, zás-trás que darás lá vai ele logo sem olhar para os paus, podendo pisar em cobras e espinhos, com aquela rede na mão, e tanto faz que engalfinha sempre algum animalejo... Hoje fui para a roça, e o homem furou o mato, enquanto José buscava uma sombrinha e entrou logo a roncar como um perdido...

—Eu, não senhor, protestou José Pinho, que queria ouvir a historia.

—Vóce sim, corroborou Meyer com severidade, preguiçoso!... Ande... dê cá a pita.