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Página:Innocencia (1872).djvu/153

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—Pois bem, continuou Pereira, daí a duas horas voltou Mochu neste estado pouco mais ou menos; trazia uma caixa cheia de bichos do mato...

—Oh! perguntou Cirino, e são bonitos?

—Não há mais nada, suspirou Meyer com tom dolente, o trabalho ficou perdido!... Eu tinha apanhado cinco espécies novas... Uma queda...

—Deixe-me contar o caso, atalhou Pereira. Oh! eu ri-me... ri -me. E, para confirmar a asserção, pôs-se novamente a dar gargalhadas, que foram acompanhadas por José Pinho e até por Meyer, da parte deste com menos expansão, contudo.

—Apareceu-me o Mochu muito contente com a sua caixa, como se tivesse o rei na barriga. Era uma imundície de besouros, cascudos e cigarras, que o Sr. nem pode imaginar... Havia de tudo; depois, quando voltamos da roça, enxergou ele num pau podre um aniceto vermelho e foi correndo a apanhá-lo. Eu bradei-lhe: - Olhe, que ai tem barranco: a árvore é podre e oca, e vosmecê rola pelo despenhadeiro, que nem a sua alma se salva. - Qual! O homem é teimoso, como um cargueiro empacador... Eu gritava-lhe: -Tome tento, Mochu!-Sem atender a nada, começou a caminhar em cima da cipoada que cobria a boca de um percipício, fundo como tudo neste mundo... Quando ia botar a mão no tal bicho encarnado, encostou-se ao pau e... zás!...