—Sr. Pereira, dizia o naturalista, afianço-lhe que em parte alguma do Brasil estive ainda tão bem como em sua casa.
—Eu te entendo, maroto, rosnava o mineiro.
—Deveras!... Só o que sinto é que sua filha não nos aparecesse mais... Sinto muito, na verdade...
Sorriu-se Pereira com riso amarelo e replicou, apertando os punhos de raiva:
—Mochu sabe. isto são costumes cá da terra. As mulheres não são feitas para...
— Para quê? perguntou Meyer com pausa.
— Para prosearem com qualquer um...
—Que é prosearem?
—É conversar, dar de língua, explicou Cirino.
— Obrigado, doutor, retorquiu Meyer, agradecendo mais aquela indicação filológica que foi imediatamente enriquecer o seu caderno de notas. Prosear e conversar. Muito bem!. . Pois é pena, Sr. Pereira, porque sua filha é uma bonita senhora!
—Nesta arapuca não caio eu, seu tratante... Hei de toda a vida andar com olho em ti, murmurava o mineiro.
—É pena, confirmava Meyer duas e três vezes .. é pena...
Por certo não era esta a linguagem mais própria para desvanecer as prevenções e receios de Pereira; ao invés, mais e mais recrescia a sua vigilância sobre Meyer, o que proporcionava ao verdadeiro culpado a liberdade de que carecia para tornar a ver o mal guardado tesouro.
Não foi todavia sem custo a nova conferência.
Ficara a pobre menina tão