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Página:Innocencia (1872).djvu/196

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que pareceu pedrada era um noitibó que frechou para mim e veio dar com a cabeça na parede.

—Deveras? perguntou ela incrédula.

—Deveras. A princípio tomei também um grande susto. Depois, verifiquei que não passava de miragem. De noite, a gente em tudo vê maravilhas... Para mim, a única que vi era você, minha vida, meu anjo do céu...

Com este madrigal encetou Cirino uma conversação como a da primeira noite, como a que balbuciam duas cândidas almas na eterna e sempre nova declaração de amor, desde que Adão e Eva a trocaram. a sombra das maravilhosas árvores do Éden.

Mostrou-se o moço receoso da rivalidade de Meyer. Riu-se ela e gracejou, com espírito e bondade, da figura do estrangeiro. Com toda a confiança, chegou a idear planos de risonho futuro:

—Agora, que sei o que é amar, direi a meu pai que já não quero o Manecão, ..

— E se ele insistir?

— Hei de chorar .. chorar muito...

— Lágrimas, muitas vezes, de nada servem.

—Mas tenho cá comigo outro recurso...

— Qual é ? perguntou Cirino.

— Morrer! ...

—Não! Há outros... hei de dizer-lhe...

Tomou Inocência