vela acima da cabeça para dar mais claridade em torno de si. -Muito bem, replicou o recém-chegado. Desejo agasalho para mim e para o meu criado e peço muitas desculpas por chegar tão tarde.
Aproximara-se também o José, cuidando logo, no meio de muxoxos e pragas, de pôr em terra a carga do burrinho, o qual amarrara pelo cabresto a uma vara fincada no chão.
—Mas, observou Cirino, que faz o sr. por estas horas mortas a viajar? ...
—Deixe o homem entrar, atalhou Pereira, e acomodar-se com o que achar... Pois, meu senhor, desapeie. Bem-vindo seja quem procura teto que é meu.
—Obrigado, obrigado, exclamou com efusão o estrangeiro.
E, apresentando a larga mão, apertou com tal forca as de Cirino e Pereira que lhes fez estalar os dedos.
Em seguida, penetrou na sala e tratou logo de arranjar os objetos que trazia a tiracolo, colocando-os cuidadosa e metodicamente em cima da mesa, no meio dos olhares de espanto trocados por quantos o estavam rodeando.
Na verdade, digna de reparo era aquela figura à luz da bruxuleante vela de sebo; compridas pernas, corpo pequeno, braços muito longos e cabelos quase brancos, de tão louros que eram.
—Será algum bruxo? perguntou a meia voz Cirino a Pereira.
—Qual! respondeu o mineiro com sinceridade, um homem tão bonito, tão bem limpo!