Torne-se o coração lâmpada extinta,
Cinza no lar;
E deixe que a razão veleje livre
Em largo mar.
Creia num Deus — e dos dulçores goze
De almo ascetismo;
Não mais lhe roa as vísceras o cancro
Do cepticismo.
A dívida infernal, batendo as azas,
Perdendo as cores,
Precipite-se súbito nas chamas
Exteriores.
E Deus, que vivifica o alvar pinheiro,
E a tenra planta;
Que os soberbos calcina, e que os humildes
Do pó levanta;
De minha vil baixeza, como os homens,
Ah! — não se peja;
Que ele mão cheia de mil dons em todos
Largo despeja.
Mas se ‘té 'qui parece deslembrado,
Triste de mim!
Se não manda a guardar minh'alma dúbia
Um querubim!
Se nunca se lembrar que um ente existe
Nessa amargura!
Melhor não fora me gelasse o sangue
A morte dura?
Bastam estes extractos para conhecer-se o gênio poético que se escondia sob as vestes do monge; servem eles para