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Página:Invenção dos aeróstatos reivindicada.pdf/99

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lomeu Lourenço de Gusmão e seu consocio na Academia Real de Historia [1].


19 d'Abril de 1709—Data do alvará d'el-rei de Portugal D. João V a favor do P. Bartholomeu Lourenço, clerigo de ordens menores, natural do Rio de Janeiro, em que lhe concedeu privilegio para que elle sómente e seus herdeiros podessem usar do instrumento, que se lhe offereceu fazer para navegar pelo ar ; promettendo uma nova navegação de grande utilidade para o dominio portuguez. Estamos esperando o effeito e experiencia d'este inaudito invento.


Á margem tem esta nota da mesma lettra


Fez a experiencia em 8 d'agosto d'este anno de 1709 no pateo da Casa da India diante de sua magestade e muita fidalguia e gente com um globo, que subiu suavemente á altura da salla das embaixadas, e do mesmo modo desceu, elevado de certo material que ardia e a que applica o fogo o mesmo inventor. Esta experiencia se fez dentro da salla das embaixadas.


8.° A noticia de Leitão Ferreira é plenamente confirmada pela memoria seguinte, escripta por um contemporaneo de Bartholomeu Lourenço[2].

  1. Esta noticia foi communicada a Francisoo Freire de Carvallho por José Bonifacio d'Andrade e Silva que a extrahiu de uma obra inedita do citado Leitão Ferreira, a qual se intitula «Ephemeride historial, chronologica lusitana, na qual por dias e annos se referem varios successos historicos e memoraveis acontecidosem Portugal e nas suas conquistas, com outras memorias notaveis a este glorioso dominio pertencentes.» 2 tomos em 4.º Conserva-se na Bibliotheca de Evora o original autographo em que textualmente se lêem todas as mesmas palavras da copia que possuia José Bonifacio d'Andrade.
  2. Foi esta memoria fielmente copiada de um volume manuscripto em 4.° grande, pertencente á collecção da Bibliotheca da Universidade, e tem no respectivo catalogo o numero 537. Consta de varios papeis de differentes epocas e de lettras diversas, os quaes são co-