A formosa moça pallida e abatida estava sentada no seu quarto a sós escrevendo á sua amiga, quando recebeu uma carta do moço n’estes termos.
Meu anjo:
A mão cruel da desgraça esmaga-me o coração.
Acabo de perder meu pae, meu unico e verdadeiro amigo, e com elle toda a esperança que me alimentava a vida.
Hei de passar sem ver-te e hei de perder-te porque sou pobre, porque destinam-te só a homens ricos!
Oh! tu não sabes, nem permitiria a Deus que saibas, o que é perder-se um pae e lutar-se com a desventura.
Adeus... até breve. Crê que meu ultimo suspiro será por ti: B.Aquella moça gentil, cheia de vida e mocidade, ficou com as feições alteradas, e em sombrio e mudo desespero contemplava com os olhos fixos o azul dos céos.
Quanto pode o amor n’um peito generoso e sensível!
Essa dôr silenciosa affectando a alma affectou-lhe o corpo.
No dia seguinte cahia ella com uma pneumonia, da qual escapou no fim de quinze dias.
Ainda ella estava com convalescença, e apenas havia tres dias, que principiava a dar alguns passeios, quando recebeu do moço as seguintes linhas:
Estas linhas eram escriptas com mão tremula.
Deixemos Palmyra por um momento entregue á dor e á saudade e vejamos o que acontecera ao moço, seu apaixonado.
Depois da mudança de Palmyra, o moço tinha mudado de casa.
Adoecendo gravemente em consequencia da dupla perda de seu pae e da insignificante herança, que mal chegava para pagamento dos credores, quiz elle acolher-se no hospital da ordem de *** de que era irmão.
Não o consentio um amigo, que o levou para sua casa em S. Clemente.