alcaide de Santarém com aquella individuação que nas suas cartas elle constantemente exigia. Al-muulin falára verdade: Abdu-r-rahman via despregar diante de si a longa teia da conspiração, escripta com letras de sangue pela mão de seu proprio filho.
Durante algum tempo o kalifa conservou-se como a estatua da dôr na postura que tomára. O fakih olhava fito para elle com uma especie de cruel complacencia. Al-muulin foi o primeiro que rompeu o silencio: o principe Beni-Umeyya, esse parecia ter perdido o sentimento da vida.
“É tarde:—disse o fakih.—Chegará em breve a manhan. Chama os eunuchos. Ao romper do sol a minha cabeça pregada nas portas de Azzahrat deve dar testemunho da promptidão da tua justiça. Elevei ao throno de Deus a ultima oração, e estou apparelhado para morrer, eu o hypocrita, eu o infame, que pretendia lançar sementes de odio entre ti e teu virtuoso filho. Kalifa, quando a justiça espera não são boas horas para meditar ou dormir.”
Al-gafir retomava a sua habitual linguagem sempre ironica e insolente, e ao redor dos labios vagueava-lhe de novo o riso mal reprimido.
A voz do fakih despertou Abdu-r-rahman