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Página:Lendas e Narrativas - Tomo II.djvu/107

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Como a philosophia é triste e arida! Ás vezes, na primavera, o vento norte atira-se pelas encostas, tombando dos visos da serra, como se uma intelligencia vivesse n’elle, intelligencia de maldade e destruição. De noite e de dia os troncos das arvores torcem-se e gemem, as ramas açoutam-nos, e despedaçam-se involtas nos braços longos e flexiveis da ventania: o demonio do septentrião sibilla no meio dellas um zumbido entre de lamento e d’escarneo. Debalde o bosque estende saudoso por um momento os seus mais altos raminhos para o sol que se vae alevantando no oriente: a rajada despega de novo da cumiada da montanha; o