philosopho idealista progressivo, eu sei tão bem como tu o que nos ha-de custar a festa de S. Pantaleão, quando esta famosa historia for caír nas mãos dos criticos d’alem-mar. Mas pensas que me faltará moeda para dar troco ás miserias de revisteiros, touristas, magazineiros, e fazedores de livros em sarapatel mascavado de normando e teutonico, surripiado por metade em cada palavra na melodiosa pronunciação britannica? Enganas-te, oh caricatura viva do Anthony morto! Enganas-te! Quando os inglezes se rirem de elles terem muito dinheiro e nós pouco, torçamos a orelha, e choremos como creanças pelas barbas abaixo. Quando elles compararem o Strand ou Regent-Street com os arruamentos da nossa cidade baixa, agachemo-nos. Quando perfilarem as suas estradas com as nossas azinhagas reaes, cubramos a cara. Mas quando compararem as venturas do homem de trabalho inglez com a triste sorte do peão portuguez, risada. Quando oppozerem as virtudes e illustrações das suas classes infimas á barbaria e estupidez das nossas, duas risadas.
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