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Página:Lendas e Narrativas - Tomo II.djvu/231

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“Homem!—­disse elle quando Gabriel parou—­bom era isso: mas o Chico está ajustado; e já agora.....”

“É que o Chico é o seu padagoz: ha-me de dar licença que lho diga, senhor João de Permecena!—­interrompeu o moço do moleiro, vendo apagar-se a luz que lhe illuminára o espirito.—­Pois eu tocava ahi a desbancar ainda por menos: bastava que me pagasse um arratel de bolaxas e dous berimbáus.”

“Eu cá não tenho padagozes, homem! Cos dianhos!—­replicou o sacristão.—­Se elle não estiver aqui ás oito, dou-te a chave da torre, e são hoje teus os sinos. Quando quizeres terás as bolaxas e os berimbáus.”

A proposta de Gabriel penetrára como um balsamo suave na alma do sacristão: fazia a despeza com seis e meio, e economisava o resto para a igreja, isto é, para si, como representante della.

Gabriel saltou acima do parapeito do adro e poz-se a olhar para o lado onde morava o Chico. Batia-lhe o coração com força. Ás oito horas devia nascer para elle um dia de gloria e contentamento, ou de desdouro e zanguinha. Deram as oito.—­“Viva!—­bradou, saltando ao terreiro, e correndo ao sacristão.—­Venha!—­proseguiu, lançando mão da chave da