torre com tal violencia, que João Nepomuceno por um triz não foi a terra. Ia-lhe quebrando um dedo.
“Dianho!... Safa, alimaria! Forte doido!... Oh Graviel! Ouve cá, Graviel! Olha que está passada a corda da garrida...”
Qual Gabriel, nem meio Gabriel! Tinha desapparecido, semelhante a um foguete. O sacristão levantou os olhos para o campanario e viu já as cordas a bambearem e a desembaraçarem-se, como as tranças da nobre dama nas mãos subtis de aia geitosa. Gabriel era, sem a menor sombra de duvida, a flor e nata da rapaziada curiosa da aldeia.
Uma pancada retumbante e sonora no sino grande, a qual se repetiu lentamente algumas vezes, foi como um mensageiro, despedido por montes e valles, a annunciar um dia de repouso e folgares para o homem do campo, curvado sob o sol ardente nas ceifas e mais trabalhos ruraes do estio, durante os longos dias de trabalho. Era como o romper de uma vasta symphonia. Gradualmente os outros sinos misturaram as suas vozes argentinas com a do primeiro, e a atmosphera esplendida vibrou ondeando em tempestade de notas que se cruzavam, cortavam, interrompiam, luctavam em barbara harmonia. A principio Gabriel, pausado