Página:Lendas e Narrativas - Tomo II.djvu/284

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que ía seu; á sombra de Bartholomeu, a quem todos abriam caminho para o deixarem approximar-se do banco dos festeiros, ellas atravessaram a mó dos homens, unidos como sardinha em tigela dos estrados para baixo até o guardavento, e chegaram ao meio do mulherio. Haja o apertão que houver, ainda não consta que saloia deixasse de fazer praça para si na igreja. Verdade é que a tia Jeronyma ía em frente com a cara de arremetter que Deus lhe dera, e que mais rebarbativa se tornára com a anterior refrega. Quem deixaria de dar campo á ama do prior, e, sobre tudo, áquella carranca? Seguiam-na os noivos, encolhidos e vergonhosos do escandalo que tinham causado, tornadas em fel e absintho as tão risonhas esperanças que, pouco havia, punham no seu garbo e bizarria; que n’isto vem a acabar muitas vezes as vanglorias do mundo. (Mais moralidade). Após elles vinha Perpetua Rosa, e após a lavadeira vinha a Veronica do Tiago, padeira gorda, vermelha e reverendaça, a Engracia Ripa, mulher do fogueteiro da aldeia, magra, alta, côr de enxofre, a Eufrasia Tasquinha, tia do Gabriel, e varias outras, mais anchas ou mais esguias, mais esgrouviadas ou mais repolhudas, que não sou eu nenhum Homero para estar, nem antes nem depois da batalha, a tecer