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Os olhos não mentem, é tempo perdido
Por mais que o repitam, não mentem, sei eu,
Mas linguas da terra só fallam fingido
Tentando dizer-me taes coisas do céu.
Lisboa, 1848.
NO ALBUM D′UMA MENINA.
Tu queres de flores
D’amores
Singello cantar,
Flores d’amores
Não tenho para dar.
No peito guardado
Calado
Um canto sei eu,
D’espinhos e dôres
Que flores d’amores
Já não tenho eu.
E tu que és a rosa
Fermosa.
No mundo a viver;
Não queiras meus cantos
De prantos
De tanto soffrer.