Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/101

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A estas palavras, Jerônimo Paes, que se aproximara também dos prisioneiros, disse:

— O Sr. Coronel fez esta promessa, é verdade, mas mudou de resoluções, por eu lhe lembrar uma circunstância. Como extremosos filhos, segundo inculcais, da terra que vos viu nascer, seria grande crueza cortar, para não vê-la pela última vez, por escusos atalhos e rodeios.

— Eu não me dirijo a ti, vilão imundo, retorquiu Cosme.

— Sr. Cosme Bezerra! advertiu o Coronel Braga.

— Dirigia-me a vós, Coronel, que aliás sois também um vilão ruim, um homem infame, um soldado covarde, que outros não cabem a quem falta à palavra dada a um nobre prisioneiro.

— Os cães acorrentados ladram com mais fúria do que os soltos, replicou Braga.

E deu o andar, enquanto Paes, achegando-se mais da mó formada pelos prisioneiros, ia talvez erguer o chicote para flagelar Cosme na face, quando foi compelido a voltar-se para inquirir com as vistas a causa de um ramalhar violento que um dos lados do caminho se fizera sentir.

E volver as vistas, ao ponto, foi o mesmo que ver uma partida de cavaleiros armados de facões e pistolas correr sobre a tropa. O Coronel deu imediatamente ordem para que as forças cercasse os presos e disparasse as armas contra os assaltantes. Poucos tiros soaram;