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Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/51

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Ficava o famoso ponto de resistência, estabelecido e sustentado aí por Falcão d'Eça perto do rio que deu o nome à liga, cerca de um quarto de légua. Guarnecido de matos por todos os lados, só se podia ir ter ali por um caminho oculto que começava entre duas pedras quase unidas na beira do rio. Para tomar entrada entre essas duas pedras, era preciso seguir um bom pedaço rio acima, de verão com a água pela barriga, e de inverno a nado. Sem isto o ponto era inacessível, porque pelo lado de Tracunhaém os matos vinham morrer quase dentro das águas, entre talhados que não deixavam nenhum espaço à passagem nem de cabras; e pelos outros lados, árvores seculares, que dois homens não podiam abarcar, serviam de natural paliçada, impossível de romper. João da Cunha, que tinha todas as indicações necessárias para entrar no pouso, mandadas pelo próprio Falcão d'Eça, muito antes, chegou sem novidades ao coração do segredo.

Perto de cinqüenta fidalgos, tendo à sua frente Falcão d'Eça, arrostavam neste majestoso esconderijo todos os rigores da sorte adversa.