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Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/50

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onde Marcelina costumava guardar várias orações prodigiosas para a cura de maleita e outras doenças.

Quando Lourenço se ergueu, a fim de ler de novo o papel em que parecia não acreditar estivessem escritas tão agradáveis coisas, sentiu atrás de si rumor de passos.

— É minha mãe, disse consigo.

Voltando-se, viu um homem. Era João da Cunha.

— "Seu" sargento-mor, por aqui! emendou ele, ocultando instintivamente o papel na mão.

— Vai buscar o teu cavalo, para acompanhar-me. Temos de sair já. Não há tempo senão de tomares o cavalo.

— Minha mãe sabe para onde vamos?

— Sabe tudo; já me entendi com ela. Neste momento dirigiu-se a Bujari a fazer companhia à sra. D. Damiana. Não te demores, que já me parece ouvir o rumor surdo dos passos da tropa que vem em busca de mim.

— É já, "seu" sargento-mor.

Não tendo meios de guardar o papel em lugar seguro, ele o atou por dentro da camisa na cintura, envolto no mesmo couro que o tivera ileso debaixo da terra.

Antes de anoitecer tomaram a direção de Tracunhaém.