Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/72

Wikisource, a biblioteca livre

sua basta folhagem um abrigo sombrio. Nenhuma árvore fora abatida, nenhuma cabana fora levantada. Viam-se apenas algumas redes armadas, alforjes pelos pés de paus, trouxas, malas e armas.

No momento em que chegaram Falcão d'Eça e Lourenço, havia no pouso de quinze a vinte foragidos, entre os quais estava o Padre Antônio Jorge Guerra.

— Que notícias nos trazeis? perguntou o padre a Falcão.

— Tristes, muito tristes. O Tunda-Cumbe apanhou sempre onze dos nossos companheiros. Que lhes disse eu?

— Grande desgraça!

— Mas, não nos deixemos desanimar, senhores, por este revés. Tratemos de desforra, e eu chamo a vossa atenção para o que vou dizer-vos. Se o bispo se dirigir, por um pastoral, aos povos da capitania, declarando-lhes que está em campo, e pedindo o seu auxílio contra o governo de Félix José Machado, exclusivamente empenhado em acabar com os pernambucanos, fio que o povo acompanhará o seu prelado; e se o acompanhar, a vitória há de ser nossa.

— Toda a dificuldade está em resolver o bispo a fazer a guerra - disse Martinho de Bulhões.

— Não a fará, não a fará nunca - disse o ajudante Bernardo Alemão.

— Se, quando ele exercitava o governo, faltou-lhe ânimo para dirigir a guerra, como tomará hoje à sua