Página:Machado de Assis - Critica.djvu/47

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humano. A poesia é o verbo divino, el verbo de Dios, e o poeta, que é o órgão do verbo divino, domina por isso mesmo os demais homens: el poeta es el único. Com este sentimento quase religioso, exclama o autor do Canto:

Salmo del orbe, cántico infinito,
Verbo eterno que inflamas
El alma, y como un fulgido aerolito
Rasgas tinieblas y esplendor derramas!
Verbo eterno, aparece,
El bien redime, el bien rejuvenece!
……………………………………………………………..
Alza la frente! de la imagem bella
La forma allí circula;
Perfumes pisa su graciosa huella,
Y creación de luz, en luz ondula.
Poeta, alza la frente!
La eterna idea es hija de tu mente!

A musa que assim canta os destinos da poesia encara friamente a morte e fita os olhos na vida de além-túmulo. Entre outras páginas em que este sentimento se manifeste, namoram-me as que ele chamou para siempre, e que são um sinônimo de amor, animado e vivo, e verdadeiramente do coração. Nem todas as estrofes serão irrepreensíveis como pensamento; mas há delas que o cantor de Tereza não recusaria