Página:Machado de Assis - Teatro.djvu/300

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CAVALCANTE - A senhora viu-me passar a cavalo, há uma hora, numa posição incômoda e inexplicável.

D. CARLOTA - Perdão, mas...

CAVALCANTE - Quero dizer que eu levava na cabeça uma idéia séria, um negócio grave.

D. CARLOTA - Creio.

CAVALCANTE - Deus queira que nunca possa entender o que era! Basta crer. Foi a distração que me deu aquela postura inexplicável. Na minha família quase todos são distraídos. Um dos meus tios morreu na guerra do Paraguai por causa de uma distração; era capitão de engenharia.

D. CARLOTA (perturbada) - Oh! não me fale!

CAVALCANTE - Por que? Não pode tê-lo conhecido.

D. CARLOTA - Não, senhor; desculpe-me, sou um pouco tonta. Vou levar o livro à minha prima.

CAVALCANTE - Peço-lhe perdão, mas...