Página:Machado de Assis - Teatro.djvu/315

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D. CARLOTA - O senhor nunca me ofendeu.

CAVALCANTE - Certamente que não; mas ainda ha pouco, falando-lhe de um tio meu, que morreu no Paraguai, tio João Pedro, capitão de engenharia...

D. CARLOTA (atalhando) - Por que é que o senhor quer ser apresentado a um cardeal?

CAVALCANTE - Bem respondido! Confesso que fui indiscreto com a minha pergunta. Já há de saber que eu tenho distrações repentinas, e quando não caio no ridículo, como hoje de manhã, caio na indiscrição. São segredos mais graves que os seus. É feliz, é bonita, pode contar com o futuro, enquanto que eu... Mas eu não quero aborrece-la. O meu caso há de andar em romances. (Indicando o livro que ela tem na mão).

D. CARLOTA - Não é romance (Dá-lhe o livro).

CAVALCANTE - Não? (Lê o titulo). Como? Está estudando a Grécia?

D. CARLOTA - Estou.

CAVALCANTE - Vai para lá?