Página:Machado de Assis - Teatro.djvu/316

Wikisource, a biblioteca livre

D. CARLOTA - Vou, com prima Adelaide.

CAVALCANTE - Viagem de recreio, ou vai tratar-se?

D. CARLOTA - Deixe-me ir chamar mamãe.

CAVALCANTE - Perdoe-me ainda uma vez; fui indiscreto, retiro-me. (Dá alguns passos para sair).

D. CARLOTA - Doutor! (Cavalcante pára). Não se zangue comigo; sou um pouco tonta, o senhor é bom.

CAVALCANTE (descendo) - Não diga que sou bom; os infelizes são apenas infelizes. A bondade é toda sua. Há poucos dias que nos conhecemos e já nos zangamos, por minha causa. Não proteste; a causa é a minha moléstia.

D. CARLOTA - O senhor está doente?

CAVALCANTE - Mortalmente.

D. CARLOTA - Não diga isso!

CAVALCANTE - Ou gravemente, se prefere.