Página:Machado de Assis - Teatro.djvu/317

Wikisource, a biblioteca livre

D. CARLOTA - Ainda é muito. E que moléstia é?

CAVALCANTE Quanto ao nome, não há acordo: loucura, espírito romanesco e muitos outros. Alguns dizem que é amor. Olhe, está outra vez aborrecida comigo!

D. CARLOTA Oh! não, não, não. (Procurando rir). É o contrario; estou até muito alegre. Diz-me então que está doente, louco...

CAVALCANTE - Louco de amor, é o que alguns dizem. Os autores divergem. Eu prefiro amor, por ser mais bonito, mas a moléstia, qualquer que seja a causa, é cruel e terrível. Não pode compreender este imbroglio; peça a Deus que a conserve nessa boa e feliz ignorância. Por que é que me está olhando assim? Quer talvez saber...

D. CARLOTA - Não, não quero saber nada.

CAVALCANTE - Não é crime ser curiosa.

D. CARLOTA - Seja ou não loucura, não quero ouvir histórias como a sua.

CAVALCANTE - Já sabe qual é?