D. CARLOTA - Não.
CAVALCANTE - Não tenho direito de interroga-la; mas há já dez minutos que estamos neste gabinete falando de coisas bem esquisitas para duas pessoas que apenas se conhecem.
D. CARLOTA (estendendo-lhe a mão) -Até logo.
CAVALCANTE - A sua mão está fria. Não se vá ainda embora; hão de achá-la agitada. Sossegue um pouco, sente-se. (Carlota senta-se). Eu retiro-me.
D. CARLOTA - Passe bem.
CAVALCANTE - Até logo.
D. CARLOTA - Volta logo?
CAVALCANTE - Não, não volto mais; queria enganá-la.
D. CARLOTA - Enganar-me por que?
CAVALCANTE - Porque já fui enganado uma vez. Ouça-me: são duas palavras. Eu gostava muito de uma moça que tinha a sua beleza, e ela casou com outro. Eis a minha moléstia.