Página:Machado de Assis - Teatro.djvu/322

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D. CARLOTA - Ou do doente.

CAVALCANTE - Ou do doente. Já a passagem do mar pode ser que me faça bem. A minha moléstia casou com um primo. A sua (perdoe esta outra indiscrição; é a última), a sua casou com a viúva espanhola. As espanholas, mormente viúvas, são detestáveis. Mas, diga-me uma coisa: se uma pessoa já está curada, que é que vai fazer à Grécia!

D. CARLOTA - Convalescer, naturalmente. O senhor, como ainda está doente, vai para a China.

CAVALCANTE - Tem razão. Entretanto, começo a ter medo de morrer... Pensou alguma vez na morte?

D. CARLOTA - Pensa-se nela, mas lá vem um dia em que a gente aceita a vida, seja como for.

CAVALCANTE - Vejo que sabe muita coisa..

D. CARLOTA - Não sei nada; sou uma tagarela, que o senhor obrigou a dar por paus e por pedras; mas, como é a última vez que nos vemos, não importa. Agora, passe bem.

CAVALCANTE - Adeus, D. Carlota!