D. LEONOR - Recebi ao descer do carro este bilhete: "Minha senhora. Permita que o mais respeitoso vizinho lhe peça dez minutos de atenção. Vai nisto um grande interesse da ciência". Que tenho eu com a ciência?
D. HELENA - Mas de quem é a carta?
D. LEONOR - Do Barão Sigismundo de Kernoberg.
D. CECÍLIA - Ah! o tio de Henrique!
D. LEONOR - De Henrique! Que familiaridade é essa?
D. CECÍLIA - Titia, eu...
D. LEONOR Eu que?... Henrique!
D. HELENA - Foi uma maneira de falar na ausência. Com que então o Sr. Barão Sigismundo de Kernoberg pede-lhe dez minutos de atenção, em nome e por amor da ciência. Da parte de um botânico é por força alguma égloga.
D. LEONOR - Seja o que for, não sei se deva receber um senhor a quem nunca vimos. Já o viram alguma vez?