As passageiras lagrimas caidas;
Por ti, na terra, as almas comunicam,
Por ti, no espaço, os astros se contemplam.
És a Perpetuação, a Eternidade...»
E depois, dirigindo-se a Marános
E mostrando-lhe o vulto da Saudade,
Tão vivo de presença e de alegria:
«Vêde o alto Luar que te acompanha;
Tua divina Esposa, irmã das nuvens
Que trazem para os sêrros da Montanha
Aparições phantasticas do mar...
«Mas eu vim para ser a bem amada
E jamais para amar ... Á tua frente,
Serei como a Columna incendiada
Ou a Nuvem, de pé, sobre o Deserto...»
E Marános, sentindo junto d'ele,
Seu Amor, sua Deusa e Creatura,
N'um alvoroço ouvira aquela voz
Que fala ao mesmo tempo que murmura!
E respondeu:
«Além da minha vida
Existes; é de Lá que tu me falas...
Mas na lua d'estes olhos definida,
Teu infinito sêr palpita e vive.
És aquela que eu amo, ou simplesmente
O amôr que sinto em mim? Tu és o Amor,