crise de luz, que, assignala de trevas cerradas, o século das luzes. Um estalido seco e rapido pulverisou o débil insecto.
Quiz salvá-lo. Mas já era tarde. Só retirei daquela luminosa sepultura um despojo informe e minúsculo. E agora, êste mísero fraguemento da alada mariposa, está diante dos meus olhos pensativos, como um simbolo vivo das paixões humanas que seduzem para aniquilar.
O vôo da pobresita que se desmaterialisou nem rápido estestôr, é a imagem dos arrebatamentos em que se afoga o coração, e a vida se despedaça num estalar de agonias que são morte depois de haverem sido delírio e embriaguez fatal. Mas alguma coisa ficou do alado insecto. Pereceu a vida material para volver ao encreado, para se transfundir de novo em ideal. E emquanto o corpito carbonisado destaca sôbre a alva mortalha de uma folha de papel, desprende-se dessas células mortas uma onda de impalpavel energia fluídica que se transmitiu a esta pena para traduzir a ideia. Esse ideia irá num vôo de pensamento adejar de alma em alma, pondo diante dos olhos atraídos pelas tentações de amôres de perdição, os despojos da branca borboleta convertida em emblema inanimado do martírio que é remate das insensatas paixões das almas revôltas.
Que as azas de esta paixão sejam carbonisadas como a alada mariposa, ficando das suas cintas apenas o espirito creador que irá iluminar almas e converter consciências.