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Página:Maria Feio - Doida Não (1920).pdf/94

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Amor sublime
 

 

Na história do antigo Oriente, e na fase da constituição democrática de Israel, destaca um vulto radioso de mulher que a etimologia denomina «Estrêla do Mar».

Chama-se Maria, o dôce nome de origem semítica que em lingua hebraica se traduz por Mirmyam, cuja composição provém de Mir, mar, e yam, estrêla.

Tem uma história simbólica, a formosa mulher hebraica que nasceu irmã de Moysés, o profeta das revelações divinas e o legislador da primeira democracia do mundo, e como êle fadada para destinos de predestinação.

Maria de Sinai, foi uma claridade ideal que brilhou no céu fulgentíssimo dos povos hebraicos. Quando Moysés revoltou as turbas escravisadas ao despotismo dos Pharaós, foi a sua voz dulcissima que entoou as primeiras estrofes do hino libertador.

Maria de Sinai, é na peregrinação de Gessén á Palestina, a estrela do norte que guia, alenta, consola as caravelas fugitivas, suavisando as suas misérias, os seus clamores e revoltas, como fulgurante tradição de piedade, de fé e de heroismo femenino.

A semelhança de divindade ou de esfinge hierática envolta em diafana auréola de santidade, repudia o mundo, a ostentação, os amores da legião dos seus adoradores, que em vão sonham conquistar-lhe as graças. Tendo