suma, e punido com a blasfêmia de Moysés. E á cólera dos Deuses, é atribuida a expiação que vem atormentá-la. Maria é atacada de uma terrível enfermidade, denominada a lepra branca, asquerosa, classificada tambem de lepra eléctrica, porque se crê que provem de impurezas concentradas nos espaços orientais, agitados de constantes tempestades. As formas talhadas em graça donairosa no alabastro transparente do seu corpo, tomam um aspecto repugnante e pestilento. Mas invocados de novo os Deuses para que lhe fôra perdoado o crime de extrema piedade, volve de novo a saúde e a graça ao corpo mimoso e alvo de Maria. Mais tarde, quando os peregrinos atingiram emfim o deserto de Zin, assentando arraiais em Cades, Maria de Sinai deixava no mundo um rasto imorredouro de poesia e abnegação que brilhará eternamente no ceu do Oriente sob a formosa designação de «Estrela do Mar» imortalisando uma heroína de amor sublime.
Prouvera ao destino que o simbolismo desta legendária história de mulher convertesse a heroina dêste drama, em Estrela do Amor rival da «Estrela do Mar» na devoção e zêlo pelo destino do seu pôvo e da sua Pátria.
Porquê como as tribos de Israel revoltas, esfomeadas, exaustas e ignorantes, tambem o malfadado povo de Portugal carece do amor, da piedade, dos ensinamentos, do auxilio, das ideias e do coração de uma mulher a quem o destino concedeu dotes de alma e de fortuna que pode ser resgate, glória, consolação e conquista.